Por Richard Lamar, PhD Diretor Sênior da Humic Research Bio Huma Netics, Inc.

A maior parte do trabalho sobre aplicações agrícolas de substâncias húmicas (SH) concentrou-se em seus efeitos bioestimulantes sobre as plantas.
Muito menos trabalhos foram realizados sobre os efeitos das SH nas populações microbianas do solo.
Não é surpreendente saber, com base nos poucos estudos publicados, que as SH também estimulam o crescimento de bactérias do solo, até mesmo as bactérias que habitam o trato digestivo das minhocas.
Uma das descobertas mais importantes é que muitas espécies de bactérias do solo são capazes de crescer com ácido húmico (HA) como sua única fonte de carbono(Tikhonov et al., 2010).
Essas descobertas têm implicações importantes para os papéis desempenhados pelas comunidades bacterianas do solo – inclusive aquelas que residem nos intestinos da fauna do solo, como as minhocas – no processo de humificação (ou seja, o processo de conversão de tecidos vegetais mortos em substâncias húmicas).
Isso significa que essas bactérias estão consumindo HS e modificando HS ao metabolizar moléculas húmicas e usar as moléculas metabolizadas para produzir proteínas, gorduras e outros tipos de moléculas.
Quando as bactérias morrem, elas são consumidas por outros micróbios e as moléculas criadas a partir das moléculas húmicas metabolizadas acabam sendo incluídas como SH.
Outra informação importante que surgiu do trabalho sobre as interações bactéria-HS é que, além de serem fontes potenciais de carbono, as SH também podem atuar como estimulantes ou reguladores de crescimento de bactérias do solo(Tiknonov et al., 2010).
Isso foi demonstrado em um estudo no qual várias espécies de bactérias isoladas do solo foram cultivadas em um meio que continha glicose como fonte de carbono (10 mg/ml) e ácido húmico (1 mg/ml).
Assim, o ácido húmico era 10 vezes menor do que a glicose.
O crescimento das bactérias nesse meio foi comparado com o crescimento das bactérias em um meio que não continha ácido húmico.
O crescimento de 41% das espécies bacterianas (isoladas do trato digestivo de minhocas) foi estimulado pela inclusão do ácido húmico.
Os autores do estudo concluíram que, como a concentração de glicose era muito alta e o aumento do carbono disponível pela adição de 1 mg/ml de ácido húmico era insignificante, o ácido húmico agiu como um estimulante de crescimento para os 41% de bactérias cujo crescimento aumentou.
Esses tipos de estudos demonstraram que o ácido húmico pode estimular o crescimento de rizobactérias promotoras do crescimento de plantas (também conhecidas como bactérias PGPR, em que “rhizo” significa rizosfera ou a área do solo que está intimamente associada às raízes das plantas).
Uma das bactérias PGPR mais conhecidas são as Pseudomonads, cujas cepas são capazes de solubilizar fosfato, produzir sideróforos (importantes para a absorção de Fe), amônia e o regulador de crescimento de plantas auxina(Gupta, 2008; Selvakumar et al., 2009). REFERÊNCIAS

  • Gupta, A. e M. Gopal.
    2008.
    Siderophore production by plant growth promoting rhizobacteria (Produção de sideróforos por rizobactérias promotoras de crescimento de plantas). Indiano J. Agric.
    Res. 42
    (2):153-156.
  • Salvakumar, G., P. Joshi, S. Nazim, P. K. Mishra, J. K. Bisht e H. S. Gupta.
    2009.
    Solubilização de fosfato e promoção de crescimento por Pseudomonas fragi CS11RH1 (MTCC8984), uma bactéria psicrotolerante isolada de uma rizosfera de alta altitude do Himalaia. Biologia, 64(2)239-245
  • Tikhonov, V. V., A. V. Yakushev, Y. A. Zavgorodnyaya, B. A. Byzov e V. V. Demin.
    2010.
    Effect of humic acids on the growth of bacteria (Efeito dos ácidos húmicos no crescimento de bactérias). European Soil Science, 43 (3):305-313.

About the Author

Larry Cooper

Director, Sustainability & Knowledge Management, Huma, Inc. Lifelong learner, master gardener, rescuer of greyhounds, grandpa. Once served detention for placing ecology flag on top of his high school.

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